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Por quê? Por quê?


Por quê? Por quê? 
Minha mente não se cansa de perguntar.
Por que tudo o que eu e meu povo fazemos não dá certo? Por que tudo em que ponho a mão fracassa? Por que tudo o que conquisto com tanto esforço é roubado? Por que Deus não nos ouve mais? Por que Deus ignora nossa dor? Está nos castigando pelo mal que fizemos?
São tantos os porquês sem resposta.
Escondo-me para não ser alvo de assaltos. Mas, de repente ouço uma voz a dizer:
"Gideão, como você é precioso! Deus está com contigo."
Isso só pode ser zombaria! Quem em sã consciência me diria que eu que pertenço a uma família tão singela e sou o menor de todos seria alguém de valor?
Bem se vê que esse estranho não me conhece e por isso me aborrece dessa maneira.
Retruco dizendo:
"Se Deus está comigo por que vivo tão aflito?"
Ele insiste em afirmar que Deus está ao meu lado e me escolheu para guerrear e libertar os que me cercam.
Mas, quem sou eu? E quem é Deus?
Busco provas para acreditar. Já foram tantas as desilusões que só vendo para crer nesse amor que parece que deu adeus há tanto tempo.
Ele me provou. Deus realmente me ama, eu sou mesmo importante para ele. Agora sei que foram meus pecados que semearam minha dor. Mas, Deus é o agricultor e resolveu trabalhar nessa terra seca que carrego em mim. Terra sedenta e alma carente.
Estou armado para a guerra, tenho um bom exército e grandes chances de vitória. Ninguém mais vai roubar a minha história.
"Opa! O que Deus? O Senhor quer reduzir o meu exército? Mas, por quê?"
Para que eu veja que a guerra é vencida pela força do seu braço e não pelo poder do que eu faço?
Tudo bem!
Digo aos covardes que eles podem ir, pois só quero junto a mim os valentes.
"Mal posso crer nos meus olhos, quase todo o exército me deixou. E agora Senhor?"
"O quê? Quer novamente se intrometer? Tudo bem o que posso fazer?"

Digo aos que ficaram que saciem sua sede.
Deus me disse que só os guerreiros atentos que não se prostraram diante do perigo seguirão comigo. 
1, 2, 3...100...200...300...300 soldados? Isso é ridículo!
Ele me disse para eu seguir em frente. Dele é o arco, ele é o escudo, é o Senhor dos exércitos e ao lado dos 300 vencerá a guerra.
Peço aos soldados que bradem e que toquem as trombetas o som deverá ensurdecer e fazer os adversários viverem um pesadelo.
De fato eles enlouqueceram e foram vencidos.
Infelizmente o mundo é ingrato e logo se esquecerão dos 300 que lutando com o Senhor dos exércitos trouxe a libertação.
Mas, hoje vejo que ainda que eu seja pequeno. Ainda que os meus sejam singelos. Ainda que eu tenha poucos ao meu lado e que me falte realizações e seja um fracasso, aos olhos do Pai eu sou valioso. Ele luta e eu venço.

E quando todos me esquecem ele sempre relembra que sou o guerreiro escolhido pelo dedo do Senhor.


Autora: Eliane Mariz   |   Gênero: Crônica   |   Editado: 19/06/16   |   Atualizado: 18/08/85

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