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Culpados?

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Culpados?
Eis a imagem refletida no espelho. Por que a mente discorda dela? Por que não aceita que o espelho não mente?
Eu vejo cabelos curtos, músculos masculinos, mas, meu coração diz:
"Você é tão feminino! Deixe o cabelo crescer, use os vestidos que acha tão lindos, afine sua voz ela fica mais doce conforme sua personalidade mais sensível."

Há quem diga o contrário:
Vejo cabelos longos, como queria cortá-los, vejo movimentos doces como queria mudá-los. Vejo flores e cor de rosa, mas prefiro o preto, para mim flores são apenas flores.
Minha voz é tão fina quero engrossá-la, irei impostá-la será que fica como as vozes dos meninos?

Vemos no espelho uma imagem, mas a alma distorce a realidade. Ouvimos gritos e palavras duras. Será que merecemos tantas surras?

Ouvimos sorrisos, mas não são amigos. Será que merecemos ser ridículos? Ouço uma voz que vem da igreja que diz que Deus nos condena. Mas, como se não podemos domar sentimentos?

A ciência ainda nada explica vive a filosofar e investigar. Será que um dia mudarão nossa sentença?
Se é doença nos mostre o remédio. Se é pecado que Deus nos perdoe e liberte. Se é um crime somos todos culpados?

Desde de pequenos discordamos do reflexo. Meninos gostam de meninos e meninas de meninas é o que vemos. Muitos tentaram lutar contra si ou contra a doença, mas será mesmo enfermidade? Ninguém ainda sabe.

Ah...se ouvissem nossa alma! Ouviriam gritos e gemidos de um coração ferido pela nossa realidade.
Se é doença nos mostre o remédio. Se é pecado que Deus nos perdoe e liberte. Se é um crime somos todos culpados?

Gostaríamos de ouvir a igreja dizer:
"Nós te amamos."
Ela diz que corrige porque nos ama. Mas, será que não possuem uma correção mais branda?
Não precisam concordar só não venha nos condenar.

Se é doença nos mostre o remédio. Se é pecado que Deus nos perdoe e liberte. Se é um crime somos todos culpados?

Em nossa angústia nos dê um abraço. Ele não cura, mas alivia a alma. Não nos purifica, mas diz que podemos ser perdoados. Não nos absolve se é que realmente somos culpados. Mas, alivia o fardo.
Nossa! E que fardo é esse tão pesado!?



Autora: Eliane Mariz   |   Gênero: Crônica   |   Editado: 19/06/16   |   Atualizado: 15/08/17

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