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Primeira Guerra da Bíblia: Abrão e os Quatro Reis do Oriente

Série: Batalhas Bíblicas e suas Lições 


⚔️ A Primeira Guerra da Bíblia: Abrão e os Quatro Reis do Oriente

Estratégia: ataque noturno e surpresa. 

Tema: Abrão e os 318 servos treinados resgatam Ló e os reféns.


Texto bíblico: Gênesis 14:1–24 (ACF)

1 E aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim,

2 Que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar).

3 Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado).

4 Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao décimo terceiro ano rebelaram-se.

5 E ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim,

6 E aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã que está junto ao deserto.

7 Depois tornaram e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas, e também aos amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar.

8 Então saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim,

9 Contra Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco.

10 E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte.

11 E tomaram todos os bens de Sodoma, e de Gomorra, e todo o seu mantimento e foram-se.

12 Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e os seus bens, e foram-se.

13 Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.

14 Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão (sobrinho) estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã.

15 E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.

16 E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão (sobrinho), e os seus bens, e também as mulheres, e o povo.

17 E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.

18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.

19 E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;

20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

21 E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti.

22 Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,

23 Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;

24 Salvo tão somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.


Contexto da Batalha

Esta é a primeira guerra registrada na Bíblia. Os reis do Oriente (liderados por Quedorlaomer) conquistaram várias cidades e levaram cativos, entre eles Ló, sobrinho de Abraão. 

Ao saber da notícia, Abraão não hesitou: armou 318 homens treinados de sua casa e marchou contra quatro reis poderosos. Ele dividiu suas forças durante a noite, atacou de surpresa e resgatou Ló e todos os bens. 

Ao retornar, foi recebido e abençoado por Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, o que mostra o reconhecimento celestial de sua vitória.

Cenário geopolítico da época

Na época de Abraão (cerca de 2000 a.C.), o Oriente Médio era uma região de cidades-estado independentes — pequenos reinos cada um com seu próprio governante. As maiores potências estavam no Oriente (Mesopotâmia) — regiões como Elão, Sinar (Babilônia) e Elasar (Larsa).
 

Esses reinos tinham domínio e cobravam tributo de cidades menores da região de Canaã, onde ficavam Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar.

Essas cinco cidades estavam localizadas no Vale de Sidim, perto do Mar Morto (chamado na época de “mar Salgado”). Durante doze anos, os reis cananeus pagaram tributo ao rei Quedorlaomer (Kedorlaomer), soberano de Elão, um império forte que controlava várias regiões. Mas, no décimo terceiro ano, essas cidades se rebelaram contra ele — decidiram parar de pagar tributos e se tornar independentes. 

Isso provocou uma campanha militar de retaliação, liderada por Quedorlaomer e seus aliados do Oriente.

Os Reis do Oriente (os 4 aliados invasores)

  1. Quedorlaomer (Kedorlaomer) — rei de Elão (atual sudoeste do Irã). Era o comandante principal da coalizão oriental. Elão era uma potência antiga e guerreira, que aparece também em inscrições da Mesopotâmia.

  2. Anrafel (Amrafel) — rei de Sinar (possivelmente Babilônia). Alguns estudiosos associam esse nome a Hamurábi, o famoso legislador babilônico, embora isso não seja consenso.

  3. Arioque — rei de Elasar (identificado com Larsa, cidade importante do sul da Mesopotâmia).

  4. Tidal (Tidal) — chamado “rei das nações” (goyim), expressão hebraica que indica rei de povos heterogêneos, talvez tribos nômades da Anatólia (atual Turquia) ou regiões hititas.

Esses quatro reis formaram uma aliança imperial, semelhante a uma coalizão militar moderna — algo como um “pacto do Oriente” — para punir as cidades rebeldes e reafirmar o controle econômico da região.

Os Reis do Ocidente (os 5 reis rebeldes)

  1. Bera — rei de Sodoma

  2. Birsa — rei de Gomorra

  3. Sinabe — rei de Admá

  4. Semeber — rei de Zeboim

  5. Rei de Belá (Zoar) — cidade menor próxima ao Mar Morto

Essas cidades faziam parte de um vale fértil e rico, abastecido pelo rio Jordão — uma espécie de “bacia econômica”. Por isso eram valiosas para os impérios do Oriente.

O conflito em si: a Campanha Militar

O texto de Gênesis 14 descreve uma expedição militar em fases:

Campanha de conquista: os quatro reis do Oriente descem da Mesopotâmia e passam conquistando várias tribos no caminho — refains, zuzins, emins, e horeus — povos gigantes e guerreiros.
Isso mostra uma campanha de terror e domínio, típica das guerras da época: conquistar, destruir e subjugar.

Batalha principal: quando chegam ao Vale de Sidim, enfrentam as cinco cidades rebeldes. Os exércitos de Sodoma e Gomorra caem em armadilhas naturais, “poços de betume” (buracos com asfalto líquido, comuns na região do Mar Morto), e são derrotados.

Consequência: os invasores saqueiam as cidades e levam Ló (sobrinho de Abraão), que vivia em Sodoma, como prisioneiro de guerra.

Abraão entra na história

Abraão, ao saber da captura de Ló, mobiliza um pequeno exército particular (318 homens) e, com sabedoria, persegue os invasores até Dã (norte de Canaã). 

Usando ataque noturno e tático, vence a coalizão oriental, liberta os prisioneiros e recupera os bens. Historicamente, isso mostra:

  • Abraão como um líder tribal respeitado, com autoridade e estrutura para mobilizar guerreiros.

  • Uma ação estratégica, não uma guerra aberta, mas um ataque de precisão (guerrilha).

  • Deus o honrando com vitória sobre forças humanas muito superiores.

Significado histórico e espiritual

  • Essa guerra mostra que Deus intervém em conflitos humanos para proteger seus escolhidos.

  • A vitória de Abraão demonstra que o poder de Deus supera coalizões de reis.

  • O encontro com Melquisedeque, sacerdote-rei de Salém (futura Jerusalém), marca o reconhecimento espiritual da vitória — um prenúncio de Cristo como Rei e Sacerdote.

Curiosidade histórica

Alguns arqueólogos e estudiosos (como William F. Albright e Kenneth Kitchen) observam que:

  • A descrição das cidades e das alianças em Gênesis 14 é coerente com a geopolítica do Oriente Médio entre 2000 e 1800 a.C.

  • Os nomes dos reis têm raízes linguísticas semíticas e elamitas autênticas.

  • A menção de poços de betume combina com a geologia do Mar Morto, rica em asfalto natural.

Ou seja, longe de ser um mito, há base arqueológica e cultural realista por trás dessa narrativa.

A guerra dos quatro reis contra cinco representa o conflito entre impérios humanos e o povo da promessa. Mesmo quando Abraão não era “rei” nem “nação”, Deus mostrou que o poder espiritual é maior que o político. Abraão vence não com exércitos numerosos, mas com fé, lealdade e estratégia divina.

Nomes e significados

O capítulo começa mencionando Anrafel, rei de Sinar. O nome Anrafel pode significar “poderoso” ou “queda do poder”, e o fato de ele reinar sobre Sinar — região identificada com a antiga Babilônia, a “terra de dois rios” — já sugere um domínio marcado pelo orgulho e pela busca de glória humana. 

Sinar é o mesmo território onde antes fora construída a torre de Babel, símbolo da tentativa do homem de se exaltar acima de Deus. Assim, o texto começa nos lembrando do contraste entre o poder humano e a soberania divina.

O segundo rei é Arioque, de Elasar. Arioque significa “leão feroz”, um nome que representa força e ferocidade militar, típico dos reis guerreiros da Antiguidade. 

Elasar, por sua vez, pode significar “Deus é refúgio” ou “Deus é correção”, o que cria um contraste curioso: embora o nome da cidade aponte para o refúgio em Deus, o rei é símbolo da violência humana que se opõe ao verdadeiro Refúgio.

O principal entre os reis invasores é Quedorlaomer, rei de Elão. O nome Quedorlaomer significa “servo de Lagamar”, um deus elamita. Isso revela a idolatria que marcava seu império — ele era literalmente “servo de um falso deus”. 

Elão, sua terra, quer dizer “oculto” ou “distante”, reforçando a ideia de afastamento da presença divina. Assim, o rei de Elão representa o poder político que vive longe de Deus, guiado por deuses estranhos e vaidade.

O quarto rei aliado é Tidal, rei de Goim. Tidal significa “senhor das nações” ou “grande guerreiro”, e Goim é simplesmente “as nações” — um termo genérico para povos gentios. 

Juntos, esses quatro reis (de Sinar, Elasar, Elão e Goim) formam uma confederação de potências estrangeiras, representando o poder do mundo e das forças humanas unidas contra os povos da região de Canaã.

Eles guerreiam contra cinco reis das cidades da planície: Bera, rei de Sodoma; Birsa, rei de Gomorra; Sinabe, rei de Admá; Semeber, rei de Zeboim; e o rei de Belá, também chamada Zoar. 

Cada nome carrega um peso simbólico. Bera quer dizer “filho do mal”, Birsa significa “com maldade”, Sinabe pode ser traduzido como “pai do veneno” ou “ódio do pai”, e Semeber quer dizer “nome poderoso” — todos refletem a natureza moralmente corrompida e orgulhosa dessas cidades. 

Já Belá, traduzida como “pequena”, e também chamada Zoar (“insignificante”), representa a misericórdia divina que ainda pouparia uma pequena cidade quando o juízo caísse sobre Sodoma e Gomorra.

Esses cinco reis se reuniram no vale de Sidim, que significa “vale dos campos”, região do Mar Salgado (Mar Morto). 

O texto observa que o vale era cheio de poços de betume, um asfalto natural. Essa característica geográfica se torna símbolo do destino dos ímpios: o terreno pegajoso e fétido representa o pecado que aprisiona e destrói. 

Quando os reis de Sodoma e Gomorra fugiram e caíram nesses poços, foi uma cena de humilhação e derrota — a própria terra da corrupção os engoliu. 

O Mar Salgado, que mais tarde seria conhecido como Mar Morto, simboliza esterilidade e juízo: nada vive em suas águas, como nada floresce na vida afastada de Deus.

Durante a campanha, Quedorlaomer e seus aliados derrotaram diversos povos. 

Os Refains, cujo nome significa “gigantes”, habitavam em Asterote-Carnaim, lugar que quer dizer “santuário duplo de Astarote”, uma deusa pagã — mostrando que Deus derrota até os povos mais poderosos e suas divindades falsas. 

Os Zuzins, cujo nome significa “errantes”, foram vencidos em Hã, e os Emins, que quer dizer “temíveis”, em Savé-Quiriataim (“planície das duas cidades”). 

Em seguida, os Horeus, cujo nome quer dizer “cavadores” ou “habitantes das cavernas”, foram abatidos em seu monte Seir — região ligada a Esaú e à carne, símbolo da natureza terrena e orgulhosa.

Os invasores avançaram até El-Parã, “terebinto do deserto”, e depois voltaram a En-Mispate, “fonte do juízo”, também chamada Cades, que significa “sagrado” ou “consagrado”. 

É notável que a guerra passe por um lugar cujo nome é “juízo” e “santidade” — uma lembrança de que Deus governa sobre os conflitos humanos e usa até as batalhas como instrumentos de julgamento.

Por fim, o texto menciona que Abrão morava junto aos carvalhais de Manre, cujo nome significa “força” ou “vigor”. Seus aliados eram Escol (“cacho de uvas”) e Aner (“menino” ou “juvenil”). 

Esses nomes refletem a bênção e vitalidade espiritual associadas a Abraão — enquanto os reis do oriente simbolizam idolatria e opressão, os aliados de Abraão simbolizam comunhão e aliança frutífera sob o Deus Altíssimo.

A narrativa culmina com a aparição de Melquisedeque, rei de Salém, cujo nome significa “rei da justiça” e “paz”. Ele é sacerdote do “Deus Altíssimo” (El Elyon) e abençoa Abraão. 

Seu nome e função resumem a mensagem do capítulo: no meio de reinos violentos e idólatras, surge uma figura que une justiça e paz — prenúncio do sacerdócio eterno de Cristo.

Em suma, os nomes e lugares de Gênesis 14 não são apenas registros históricos, mas símbolos vivos. Eles contrastam o poder humano e corrompido (Sinar, Elão, Sodoma) com a fé e o domínio espiritual representados por Abraão e Melquisedeque.

O episódio mostra que a vitória verdadeira não vem da força das nações, mas do Deus Altíssimo, que julga os ímpios, liberta os cativos e honra aqueles que andam em fidelidade e justiça.

Estratégias espirituais

Tenha prontidão e coragem.

Abraão não hesitou em lutar por quem amava. Assim como ele, somos chamados a proteger espiritualmente nossa família.
“O justo é corajoso como o leão.” — Provérbios 28:1b

Tenha disciplina e preparo.

Seus servos eram “nascidos em sua casa”, ou seja, pessoas treinadas e fiéis — símbolo de preparo espiritual e aliança.
“Ensina o teu filho no caminho em que deve andar…” — Provérbios 22:6

Sejamos intercessores atentos e altruístas.

Não podemos ser egoístas, preocupados apenas com nós mesmos. O rapaz que escapou da batalha poderia ter fugido e deixado os outros cativos, mas escolheu buscar ajuda de Abraão. 

Deus nos revela as batalhas que outros enfrentam e nos chama a interceder, a agir com amor e a lutar em oração e atitudes por aqueles que não podem se libertar sozinhos.

Discernir quando e quem ajudar.

Abraão não interveio por ganância ou política, mas por amor e justiça. Ele discerniu que, naquele momento, mesmo que Sodoma fosse corrupta, havia pessoas cativas que precisavam de libertação.

“Livra os que estão sendo levados para a morte; salva os que cambaleiam indo para a matança.” — Provérbios 24:11

Agir em favor dos oprimidos.

As cidades do vale foram exploradas por reis estrangeiros — símbolo de sistemas opressores que escravizam vidas. 

O povo de Deus é chamado para lutar pela liberdade espiritual e emocional dos outros, assim como Abrão dez por Ló e os demais que estavam reféns com ele.

Estratégia e sabedoria.

 Abraão atacou à noite e dividiu seus homens (v.15). Deus dá sabedoria tática a quem O ouve.


“Com prudência se prepara a guerra; e na multidão dos conselheiros está a vitória.” — Provérbios 24:6

Buscar alianças de fé.

Abraão não lutou sozinho — levou seus servos e contou com aliados fiéis (Manre, Escol e Aner). Poucas batalhas são vencidas isoladamente. Assim também, precisamos de irmãos, intercessores e líderes espirituais fiéis nas guerras da vida.

 “Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem resistir; o cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” — Eclesiastes 4:12

Combater nas vigílias espirituais.

Abraão atacou de noite — um símbolo das vitórias conquistadas na oração durante as vigílias, quando o mundo dorme, mas o guerreiro espiritual está de pé.

 “Ao meio da noite me levantarei para te louvar, por causa dos teus justos juízos.” — Salmo 119:62

Reconhecimento de Deus na vitória.

Ele não tomou nada dos despojos — reconheceu que a glória e o sustento vêm do Senhor.

“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito.” — Zacarias

Reconhecer o verdadeiro líder.

Depois da vitória, Abraão não deu glória a reis terrenos, mas reconheceu Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, figura que aponta para Cristo, nosso Rei e Sacerdote eterno. Líderes verdadeiros são aqueles que apontam para Deus, não para si mesmos.

Não se corromper com os despojos.

Abraão recusou os bens de Sodoma para não dizerem: “O rei de Sodoma enriqueceu Abraão.” Ele preferiu a bênção limpa de Deus à vantagem suja dos homens. Isso mostra integridade, justiça e desapego — virtudes raras, mas vitais.

Proteja os seus com oração e ação. 

Como Abraão, precisamos lutar — espiritualmente — por nossos entes queridos, intercedendo por libertação, salvação e restauração.

Muitos vivem hoje no cativeiro de Ló.

Pessoas presas por vícios, relacionamentos abusivos, doenças emocionais ou espirituais — sem forças para se libertar. Como Abraão, somos chamados a interceder e lutar por elas. O povo de Deus é chamado para quebrar ciclos de opressão.

Assim como as cidades do vale decidiram se rebelar contra seus dominadores, há momentos em que é preciso dizer basta e buscar libertação com a ajuda divina.

Discernimento é fundamental.

Nem toda causa é justa, mas Deus pode usar você para libertar mesmo quem errou — assim como Abraão libertou Ló e o povo de Sodoma antes de seu juízo final. O amor e a misericórdia vêm antes do julgamento.

A maioria das vitórias requer apoio.

Poucos vencem sozinhos — como Davi contra Golias ou Jacó com o anjo — mas, na maioria das guerras, Deus opera através da unidade. Igrejas, famílias e ministérios que se unem em propósito tornam-se exércitos imbatíveis.

Seja um líder fiel e humilde.

Como Abraão e Melquisedeque, que representaram liderança espiritual com reverência e caráter, devemos ser líderes que glorificam a Deus e não a si mesmos.

Valorize alianças espirituais com pessoas frutíferas. 

Abraão não lutou sozinho — contou com parceiros fiéis (Escol, Aner e Manre). Busque alianças no corpo de Cristo.

Não negocie princípios.

Mesmo após vencer, ele recusou o lucro fácil. Em tempos modernos, isso representa integridade após o sucesso.

Reconheça a bênção de Deus sobre suas conquistas.

Receber pão e vinho de Melquisedeque aponta para a comunhão com Cristo, o verdadeiro Sumo Sacerdote.

Seja grato após a vitória.

Abraão não apenas lutou, mas adorou após vencer. Ele reconheceu a mão de Deus e não usurpou a glória. Muitos buscam o Senhor na guerra, mas esquecem de adorá-Lo na restituição.

Justiça é não tomar o que não nos pertence.

Mesmo tendo direito aos despojos, Abraão mostrou integridade e não se tornou opressor após vencer o opressor. Vitória verdadeira é quando vencemos sem nos corromper.

Tópicos de Oração

  1. Senhor, revela-nos as lutas de nosso próximo não para fofocarmos, mas para interceder por eles.

  2. Que não sejamos egoístas preocupados só com nossa vida, mas como aquele rapaz buscar a ajuda certa para que outros também possam ser abençoados. 

  3. Dá-nos coragem e que façamos o que é preciso sem precisar que nos peçam isso (pró-atividade) para lutar pelas pessoas que o Senhor quer que defendamos.

  4. Ensina-me a ser estrategista, a ouvir Tua voz antes de agir.

  5. Fortalece os guerreiros espirituais da minha casa e da minha igreja.

  6. Que eu nunca aceite vitórias que não venham de Ti.

  7. Abençoa meus relacionamentos e alianças frutíferas para que todos lutemos em unidade. E nos livre das más companhias.

  8. Que o pão e o vinho — símbolo de Cristo — sejam minha força e lembrança da Tua aliança

  9. Senhor, livra-nos de toda forma de cativeiro — físico, emocional e espiritual.

  10. Dá-nos discernimento para saber quando e quem devo ajudar, e sabedoria para agir com justiça.

  11. Usa-nos como instrumento de libertação para os que estão oprimidos e sem forças.

  12. Fortaleça nossas alianças espirituais; que nunca lutemos sozinho a não ser que seja necessário.

  13. Livra pessoas consideradas pequenas e insignificantes (como Zoar) de serem destruídas pelo mal que as rodeia (Sodoma e Gomorra).

  14. Ensina-me a vencer nas vigílias — em oração, fé nos secreto, confiando na Tua estratégia e testemunho público.

  15. Faz-nos pessoas que apontam para Ti, não para nós mesmos.

  16. Guarda-nos de aceitar glórias e “bênçãos” que não vêm das Tuas mãos.

  17. Dá-nos um coração íntegro, que prefira a Tua bênção limpa à vantagem suja do mundo.

  18. Ensina-nos a Te agradecer e Te honrar não apenas na guerra, mas também na vitória.

  19. Que cada libertação e restituição na nossa vida e na de pessoas por quem oramos seja um testemunho do Teu poder.

Se gostou, use no seu devocional com Deus, ou como esboço de pregação na sua igreja. Compartilhe com quem você sabe que precisa dessa palavra. 

Eliane Mariz 

Fontes Bibliográficas 

Estudo detalhado de Gênesis 14 — “Estudo de Gênesis 14: Esboço e Comentário Bíblico” Disponível em: Estilo Adoração

Link: https://estiloadoracao.com/genesis-14-estudo/
Comentário que expõe a aliança dos quatro reis, os cinco reis, a rebelião e o papel de Abraão.

Enduring Word — Comentário de Gênesis 14 (versão em português)
Disponível em: Enduring Word
Link: https://pt.enduringword.com/genesis-14/
Texto expositivo que mostra a narrativa bíblica de Abraão, resgate de Ló, poços de betume etc.
Explicação de Gênesis 14:1-3 — comentários interpretativos

Disponível em: The Bible Says
Link: https://thebiblesays.com/pt/commentary/gen%2B14%3A1
Detalha os reis, contexto geográfico e alianças.

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