Neste palco ouvem-se gargalhadas, pois nele há diversão, trapalhadas e peripécias. Somos nele palhaços que mesmo rindo carrega a lágrima pintada no rosto e tatuada na alma.
Somos contorcionistas que se desdobram para viver, que se adaptam e readaptam para sobreviver.
Somos trapezistas que correm riscos a cada momento. Que dependem da mão alheia para não cair. Que precisa da rede que sustenta caso algo fora do roteiro aconteça. Pulamos de mão em mão, damos saltos mortais para continuar vivo de fato.
Somos equilibristas que nessa corda bamba tenta manter o controle das coisas. Somos adestradores nessa cova de leões que buscam nos tragar, mas que somos forçados a aprender domar. Leões de dentro e de fora das grades e jaula de nossa alma.
Somos pessoas no globo da morte, rodeados por problemas, onde um pequeno erro pode custar a vida ou trazer grandes feridas.
Somos pessoas que andam círculos, que voam sem ter asas, que andam por um fio, cujo o mundo dá risada enquanto maquiamos as lágrimas.
Somos um povo muita vezes sem mágica, alvos de espadas que querem nos partir ao meio. Somos artistas, somos atores, somos os que giram enquanto nos lançam facas, somos trapaceiros que fingimos muitas vezes ser o que nunca seremos. Ilusionistas que desconhece o trupe capaz de mudar a própria história.
Somos domadores que às vezes não domam a si memos. Somos vistos, aplaudidos, esquecidos, menosprezados, admirados, assustadores, bonitos e feios, somos malabaristas que lidam com várias coisas ao mesmo tempo. Enfim, somos parte deste circo chamado existência.